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Lia Clark une pop, funk e o imprevisível em 'FENOMENAL': "Primeira drag do funk"

  • Foto do escritor: Samantha Oliveira
    Samantha Oliveira
  • há 1 minuto
  • 3 min de leitura
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Um short curto, um óculos de sol estilizado e uma pista de dança com as amigas e um bofe. Essa é a energia que 'FENOMENAL', novo disco de Lia Clark, evoca desde a primeira faixa. O disco, lançado na quinta-feira (11), marca o retorno da drag queen, considerada uma das pioneiras do funk queer na cena LGBTQIA+.


Em entrevista à TAG, Lia Clark expõe como busca unir o pop, o funk eletrônico e o imprevisível ao longo das 13 faixas do álbum. "O processo de produção começou no começo do ano passado, quando comecei a ouvir mais música eletrônica, a estudar como o funk estava se renovando e virando cada vez mais esse ritmo global, e como ele estava se fundindo com outros elementos da música", explica.


A ideia, segundo a cantora, é se manter ao que a levou ao topo: as letras explícitas e batidas fortes, ao mesmo tempo em que mantém sua relação com o pop e abre as portas para o novo. "Foi um grande estudo de cenários e ver até onde faria sentido para mim. Foi muito divertido", comenta, celebrando as conquistas profissionais dos últimos anos. "Fiz esse álbum de uma forma muito leve e me diverti compondo, produzindo e gravando: tudo tem um dedo meu ali".


FENOMENAL logo de cara

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Quem dá o play em FENOMENAL é, literalmente, introduzido à Lia Clark - na voz de Kevin Jz Prodigy, voz por trás de produções de sucesso como o álbum 'Renaissance', de Beyoncé, e a turnê Celebration Tour, de Madonna, o artista define: "Ela está de volta. A drag queen da América Latina. A pioneira do queer funk music".


Entre transições bem construídas e um funk eletrônico digno de uma boa fritação, Lia Clark constrói o álbum com feats que fogem do óbvio. Ao mesmo tempo que traz nomes conhecidos do cenário, como MC Carol, MC GW e Katy da Voz e as Abusadas, a cantora também conversa com outras vertentes.


Prova disso são os feats com o Johnny Hooker e MC Tha, em 'MALDADE' e 'DISK NAMORADA', respectivamente. "São pessoas que fazem uma música totalmente diferente da minha, com a conotação lírica totalmente diferente. Foi muito legal trazer eles para o meu universo e a gente achar esse caminho de fazer junto", explica. "Então é toda uma costurada que a gente faz ali para o álbum ficar coeso e, ao mesmo tempo, não maçante em um mesmo tema".


Para os ansiosos de plantão, Lia Clark garante: o FENOMENAL deve passar por Recife em 2026. Rosto conhecido de festivais e no Clube Metrópole, a cantora destaca a recepção que sempre teve do público pernambucano. "Não vejo a hora de assistir Recife cantando FENOMENAL", afirma.


Funk drag

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FENOMENAL chega às plataformas como mais uma prova do funk como música eletrônica, onde exlata o corpo, prazer e poder. O gênero, por sua vez, vem de uma fase de maior aceitação e viralização - muito fomentado por trends de TikTok, como a própria cantora destaca.


"Sinto que o funk está cada vez mais sendo aceito pela sociedade. Acho que ele está sendo visto, mas deixar de ser marginalizado ainda falta muita coisa, né?", pontua. "Os funks não marginalizados geralmente vêm de pessoas cis, brancas, héteros. E, no nosso recorte LGBT, é uma luta que venho trazendo - e agora com mais parceiros - desde 2015. Sinto que nós que somos LGBT já nascemos e somos apontados como incapazes, como uma pessoa de alguma forma menor em sociedade".


Para Lia, o lançamento do álbum e a construção da sua carreira funciona como catalizador para não só mudar o cenário do funk queer, mas transformá-lo totalmente. "Quero olhar para trás e falar que o que eu fiz teve um porquê e um impacto social de abrir portas e inspirar outras pessoas LGBTs a serem quem são, serem livres e e felizes", finaliza.



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